29 de julho de 2016

Co dependência




Ser co dependente é manter uma dependência emocional a uma ou mais pessoas.
 
Algumas características comuns aos co dependentes: 
São em geral pessoas de natureza passiva/agressiva,
Oriundos de famílias emocionalmente perturbadas,
Desde a infância quiseram consertar as coisas que estavam erradas na vida dos outros à sua volta,
Predisposição para se responsabilizarem e culpar por problemas,
A sua personalidade está enraizada na vergonha “tóxica” (auto-conceito negativo), não são merecedores de confiança e amor,
Perfeccionistas,
Dependentes do “amor”, do elogio e da aprovação do outro,
Acreditam que sabem melhor (controlo) e que aguentam mais (tolerância à dor) do que os outros em determinadas situações e crises dentro da relação
Mentem para si mesmos, iludindo-se, afirmando  "Amanhã, as coisas estão melhores..."
Duvidas sobre a felicidade no futuro ou se algum dia encontram o verdadeiro amor
Sentem dificuldades em se relacionar com pessoas (intimidade e compromisso), em se divertir e ser espontâneas,
Alteração bruscas do humor. Entre um tipo de atenção carinhosa para uma pessoa deprimida e/ou agressiva
Com o passar dos anos vão se sentindo cada vez mais infelizes, deprimidos, ansiosos e isolados. Culpam o mundo à sua volta.
Distúrbio alimentar (bulímia, anorexia e compulsão alimentar), stress e fatiga crónico, desenvolvem outro tipo de adicção drogas lícitas, incluindo o álcool e os tranquilizantes (benzodiazepinas), e/ou ilícitas, shoplifting - furto, shopaholics - compras.

Esta doença do comportamento de uma forma genérica está associada ao abuso/negligência infantil. A co dependência afecta o indivíduo em cinco vertentes:
1- Baixa auto-estima;
2- Estabelecer de limites saudáveis nos relacionamentos de intimidade;
3- Reconhecer e assumir sua própria realidade disfuncional (negação e ilusão);
4- Assumir a responsabilidade em gerir as suas necessidades adultas (atitudes, emoções e comportamentos);
5- Identificar e expressar suas emoções de forma moderada (ex. raiva, ressentimento, medo, culpa e vergonha).

Em algumas famílias co dependentes o desenvolvimento das crianças é afectado porque o sistema familiar (homeostase) é caótico.

Em Portugal existem os grupos ajuda mutua, como por ex. grupos para famílias de alcoólicos onde se discute e apoia os familiares e pessoas significativas designados de (Famílias Anónimas e Al-Anon ).
Tal como em todas as adições é importante identificar padrões de comportamentos potenciadores de sofrimento a médio e longo prazo. Em muitos casos, já não é possivel interromper esta escalada de crises sistematicas e progressivas com promessas irreais e novos alibis, é preciso consultar um profissional experiente ou alguém significativo que consiga apoiar no processo de mudança (confiança e esperança) de um novo modos de vida.

Não é a mudança que é difícil, mas a nossa resistência à mesma

 
BibliografiaBeattie,Mellody – Vencer a Co-dependencia. Publicações Sinais de Fogo 2005
Cermak,T.L.- Diagnostic criteria for Codependency- Journal Of Psychoatctive Drugs. 18(1):15-20, 1986,
citado por Mellody , Pia.- Facing Codependence, Harper & Row, Publishers, San Francisco ,1989.
Mellody , Pia.- Facing Codependence, Harper & Row, Publishers, San Francisco ,1989.


27 de julho de 2016

David Sonboly - a culpa do psi


Ali Sonboly, o responsável pelo ataque desta sexta-feira em Munique, tinha 18 anos e era alemão de origem iraniana. Suicidou-se após matar nove pessoas, cinco das quais menores de idade.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/mundo/detalhe/divulgada_foto_do_terrorista_de_munique.html
Ali Sonboly, o responsável pelo ataque desta sexta-feira em Munique, tinha 18 anos e era alemão de origem iraniana. Suicidou-se após matar nove pessoas, cinco das quais menores de idade.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/mundo/detalhe/divulgada_foto_do_terrorista_de_munique.html
Ali Sonboly, o responsável pelo ataque desta sexta-feira em Munique, tinha 18 anos e era alemão de origem iraniana. Suicidou-se após matar nove pessoas, cinco das quais menores de idade.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/mundo/detalhe/divulgada_foto_do_terrorista_de_munique.html
Ali Sonboly, o responsável pelo ataque desta sexta-feira em Munique, tinha 18 anos e era alemão de origem iraniana. Suicidou-se após matar nove pessoas, cinco das quais menores de idade.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/mundo/detalhe/divulgada_foto_do_terrorista_de_munique.html
 

A história já é conhecida.
David Sonboly, um jovem de 18 anos, pega numa arma e mata indiscriminadamente várias pessoas suicidando-se de seguida. Em 2015, esteve dois meses internado numa instituição psiquiátrica, onde continuou a ser seguido enquanto paciente externo.
Ao que parece estava em tratamento psiquiátrico por ansiedade e depressão e tinha remédios em casa, mas não se sabe se os tomava.

As autoridades alemãs afirmam também que existe uma “relação óbvia” entre o atirador e o assassino norueguês, Anders Behring Breivik, que matou 77 pessoas a 22 de julho de 2011, há precisamente cinco anos. Durante as buscas feitas à casa onde vivia com os pais, a polícia encontrou no quarto do jovem recortes de artigos sobre ataques, um dos quais intitulado “Why do students kill?” (Por que razão os estudantes matam?)

Vivia obcecado por tiroteios destrutivos, visitou, no último ano, a cidade de Winnenden, onde em 2009 ocorreu um tiroteio numa escola, e tirou fotografias, revela a BBC. Nesta localidade, Tim Kretschmer, assassinou 15 pessoas do seu antigo colégio em 2009.

Foi vitima de bullying e ameaçou por diversas vezes os colegas de morte. 

É este o resumo de mais um ataque levado a cabo por alguém que estava a ser seguido em psiquiatria e que me leva a questionar o que terá falhado nesse seguimento, mas hoje não me vou focar no que eventualmente falhou porque não tenho dados suficientes para análise, mas  no que sente quem o seguiu. A dúvida que me invade é como é que alguém, técnico de saúde mental, sobrevive depois de um paciente seu cometer um acto deste tipo.  Que dúvidas, medos, inquietações o atormentam neste momento? Será que se sente em paz ou em conflito com as escolhas feitas? De que modo poderia ter alterado este sangrento desfecho?

Pensar que a responsabilidade é sua (ainda que não o seja, claro!) é o normal. Achar que não se fez tudo o que se podia ou que se se tivesse feito diferente teria tido melhor, também, mas a verdade, salvo algumas excepções, é que os profissionais de saúde mental, quando tomam uma decisão referente a medicação, internamento, diagnóstico, alta ou intervenção terapêutica, fazem-no em consciência e com imensa responsabilidade. Nada é feito de animo leve ou despreocupadamente exactamente porque toda e qualquer decisão comporta riscos e temos sempre de avaliar e antecipar as possíveis consequências. Lidamos com o Ser Humano na sua vertente mais desconhecida, com especificidades e loucuras diferentes, com vontades e descontrolos, impulsos e zangas, recalcamentos e frustrações, com mágoas profundas que mal geridas têm infelizmente resultados desastrosos e, por isso, acredito que os meus colegas são conscienciosos e profissionais como lhes é exigido. Lidamos com a vida e a morte e ter essa consciência é fundamental para termos o máximo cuidado naquilo que fazemos

Saber que se fez tudo o que se podia, não descarta a culpa e o remorso. O questionamento e a dúvida permanente devem fazer parte do nosso dia a dia. Acompanhar os doentes é um desafio e lidar com as consequências dessa intervenção é um desafio acrescido. Se o primeiro é muitas vezes partilhado por uma equipa multidisciplinar, o segundo é vivenciado e gerido individualmente. É também por isto que esta é uma profissão de intenso desgaste emocional




25 de julho de 2016

Pedir ajuda

 

Pedir ajuda não é para todos, é um acto reservado apenas aos mais corajosos.
Quando pedimos ajuda há uma sensação de angústia interna que está relacionada com vários medos e inseguranças básicas:

- medo de falhar
- de ser fraco
- de ouvir um não
- de ser julgado
- orgulho ferido

Justamente no momento de aflição, em que existe algum problema para resolver, pedir auxilio acarreta esta série de sentimentos negativos e a grande maioria das pessoas fecha-se em si mesmo e tenta resolver a problemática sozinha. Até porque, no caso de ser bem sucedido na sua resolução, não terá de partilhar o sucesso com mais ninguém. Nada mais errado e insensato, mas difícil de ser interiorizado e mais difícil ainda de se por em pratica. Pedir ajuda é um acto que na maioria das vezes tem de ser treinado.

- é um acto de humildade
- de confiança
- de respeito

Toda a gente fala da gratificação que sente quando ajuda mas não compreende a gratificação que perde porque não foi capaz de pedir ajuda.
Ajudar é bom e ser ajudado não é pior. Dê a alguém o beneficio da dúvida e da próxima vez que precisar estenda a mão, vai se surpreender com o resultado e pode ser que se vá tornando cada vez mais fácil esse comportamento. Experimentar não custa

22 de julho de 2016

Miguel no seu melhor # 5


Explicava ao Miguel o cuidado que é preciso ter com os  cabos que alimentam os diversos aparelhos electrónicos que usa, depois de ter comprado três num curto espaço de tempo:
- tens de procurar ter mais cuidado com os fios, não os podes arrancar da tomada à bruta
- eu tenho, mãe. aquela ficha tinha dois anos
- se tiveres cuidado eles duram uma vida
- a vida daquele era dois anos



Voltámos ao Torneio McDonald´s # 3

Este ano representámos a Espanha. Tínhamos uma claque vestida a rigor e até uma música para acompanhar. Usurpámos, sem qualquer pudor, "Y Viva España" e catámos afinados (not) até nos cansarmos. Divertimo-nos a valer!



 

SER Feliz


Meu avô dizia: para ser feliz, a gente não precisa sair do lugar, a gente tem que ser o lugar. Ele me advertia com seu olhar de madrepérola. Eu não entendia. Ser feliz para mim era sair de casa, depois da cidade e, se possível, do país.
 Acreditava que quanto mais longe do início mais perto do final. Julgava a independência um modo de fugir. Descobri que estava errado. Quanto mais longe do final mais perto do começo. Nada mais alto, banal e humano do que dizer: “eu sei ser feliz”. Dor, susto e tragédia, a gente já nasce sabendo. Saber ser feliz exige décadas para entender e, ao mesmo tempo, pede tão pouco. Basta um ter o outro. Ficar horas conversando abraçados. Não depender de lugares famosos, de restaurantes, de aventuras exóticas para contar depois. 
A felicidade é uma impressão, uma intensidade, que não há como descrever para os amigos. Muitas vezes, se vive somente para relatar o quanto nossa vida é impressionante, mas lá no fundo persiste uma mágoa desconfiada de não vivermos o que realmente desejamos. O que desejamos não se diz, se arde.
Saber ser feliz é se deliciar com bobagens e lembranças, brincadeiras e com a proximidade do corpo. Não deixar o corpo ser apenas um corpo.
Autor desconhecido.

20 de julho de 2016

Mundo louco



Resumo das (insanas) orientações nutricionais e de saúde nos últimos 40 anos:
1- Passe o dia fazendo exercício, de preferência correndo muito, igual um hamster;
2- Coma pouco ou quase nada;
3- Se você ainda teimar em comer algo, dê preferência aos "alimentos" que não existiam há 100 anos (trigo modificado com 8 a 9 vezes mais glúten, industrializados low fat, óleos refinados de sementes);
3- Fuja do sol como se você fosse o Conde Drácula;
4- Se você ficar doente e engordar, a culpa é sua que não seguiu os passos 1, 2 e 3 corretamente, seu indulgente preguiçoso