29 de outubro de 2015

Tristreza vs depressão


Estar triste não é o mesmo que estar deprimido.

A tristeza pode acontecer a qualquer pessoa, local  ou momento de vida e há sempre um motivo associado, motivo esse que é causa de pensamentos repetidos e contínuos. A pessoa sabe porque está triste e pensa nisso constantemente. É saudável e uma forma de adaptação psíquica a um acontecimento negativo e traumático até que seja integrado na realidade. Há oscilações na intensidade do sentimento e ocorrem melhorias, ainda que momentâneas, quando algo de bom acontece e é percepcionado dessa forma pela pessoa. Melhora com o passar do tempo, não se mantém por mais de um mês ou dois e não é motivo de grande preocupação já que se trata de um mecanismo adaptativo.

A depressão, por sua vez, é uma tristeza profunda, contínua, prolongada no tempo, sem motivo aparente e que não é atenuada mesmo quando algo de bom acontece na vida da pessoa. Sendo uma tristeza profunda e de grande intensidade podem ocorrer pensamentos suicidas. Pode ter associada um ou mais dos seguintes sintomas:
  • Apatia
  • Falta de motivação
  • Medos que antes não existiam
  • Dificuldade de concentração
  • Perda ou aumento de apetite
  • Alto grau de pessimismo
  • Indecisão
  • Insegurança
  • Insônia ou sono em excesso
  • Falta de vontade em fazer atividades antes prazerosas
  • Sensação de vazio
  • Irritabilidade
  • Raciocínio mais lento
  • Esquecimento
  • Ansiedade
  • Angustia.
E também alguns sintomas físicos sem causa aparente:
  • Dores de barriga
  • Má digestão
  • Azia
  • Constipação
  • Flatulência
  • Tensão na nuca e nos ombros
  • Dores de cabeça
  • Dores no corpo
  • Pressão no peito
A depressão é uma doença, reconhecida pela OMS e irá afectar uma em cada cinco pessoas numa qualquer altura da vida. É um distúrbio emocional, multifactorial, com alterações químicas a nível do cérebro do paciente, que se traduz numa diminuição da produção dos neurotransmissores entre eles a serotonina, noradrenalina e dopamina. Pode ser leve, moderada ou grave e tem de ser tratada por um profissional de saúde especializado para o efeito e competente. A família e a rede social de suporte são fundamentais no tratamento e devem empenhar-se nele não assumindo que o doente está deprimido porque quer ou que tem falta de força de vontade para lutar contra a doença.

Hoje em dia há várias outras abordagens menos tradicionais para o combate à depressão baseadas no exercício físico, alimentação, exercícios de relaxamento e visualização que estão a obter tão ou mais resultados do que o tratamento farmacológico convencional. O importante é escolher o que melhor se adapta a cada indivíduo e não baixar os braços.



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