22 de outubro de 2015

O poder da mudança

 
  
“Era uma vez duas rãs que caíram numa tigela de nata. Imediatamente começaram a afundar; era impossível nadar ou boiar naquela massa espessa como areia movediça. No começo, as duas mexiam as pernas tentando inutilmente chegar à borda do recipiente. Só conseguiam espirrar nata para todos os lados sem sair do lugar, afundando mais. Sentiam que era cada vez mais difícil respirar. Uma delas falou: – Não adianta. É impossível sair daqui. Não consigo nadar neste liquido pegajoso. Já que vou morrer mesmo, para quê prolongar a dor? Não vejo sentido em morrer extenuada por um esfo“Era uma vez duas rãs que caíram numa tigela de creme. Imediatamente começaram a afundar; era impossível nadar ou boiar naquela massa espessa como areia movediça. No começo, as duas mexiam as pernas tentando inutilmente chegar à borda do recipiente. Só conseguiam espirrar creme para todos os lados sem sair do lugar, afundando mais. Sentiam que era cada vez mais difícil respirar. Uma delas falou: – Não adianta. É impossível sair daqui. Não consigo nadar neste líquido pegajoso. Já que vou morrer mesmo, para que prolongar a dor? Não vejo sentido em morrer extenuada por um esforço inútil. Então ela parou de bater as pernas e afundou de vez, literalmente engolida pela massa branca. A outra rã, mais persistente, ou talvez mais teimosa, disse a si mesma: – Não tem jeito! Não dá para sair daqui. Porém, já que a morte está chegando, vou lutar até ficar sem fôlego. Não quero morrer nem um segundo sequer antes da hora.
Ela continuou batendo as pernas sem sair do lugar, sem avançar um centímetro, por horas a fio. E assim, depois de tanto mexer a massa, a nata virou manteiga. A rã, surpresa, deu um pulo e foi patinando até a borda da tigela. E saiu coaxando alegremente de volta para casa. ”  
Jorge Bucay 
Face às dificuldades podemos desistir ou persistir. A escolha é tua.
Que rã costumas ser?



1 comentário:

  1. Costuma dizer-se que enquanto há vida há esperança. De cabeça fria diria que sou uma lutadora, mas visto que nunca passei por uma experiência de lutar pela vida creio que não posso afirmar com toda a certeza o que faria. Se for uma situação de doença, por vezes não há força física suficiente para tal, apesar da vontade emocional. Tendo a possibilidade de escolha, escolho a vida, escolho lutar.

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