8 de junho de 2015

Falta de comunicação


Uma das queixas mais frequentes em consultório, principalmente por parte das mulheres, é que não conseguem fazer com que os companheiros falem com elas, se abram, para além de simples monossílabos, em resposta a perguntas feitas.

Pesquisas indicam que quem inicia frequentemente conversas com temas desagradáveis, que causam mal estar, conflito ou acentuam diferenças entre os membros de um casal, são as mulheres em 85% das vezes. É claro que todos percebemos que ter conversas deste tipo não  é agradável mas recusar esses temas é muito mais prejudicial a longo prazo.

Se continuamente um dos parceiros se recusa em falar sobre coisas menos positivas isso naturalmente irá causar no outro ressentimento, frustração, rejeição.

Há formas directas de recusar um assunto ("Não  quero falar sobre isso") normalmente subentendida fica uma ameaça de zanga, punição ou irritação se o outro insistir no assunto e a situação pode mesmo agravar-se consoante a resposta dada. Tornar-se menos defensivo e mais aberto não significa submissão, apenas requer a capacidade de ver para além do óbvio e perceber o que é que a recusa pode causar e porque é que existe a necessidade do conjugue falar exactamente sobre o que o enerva.

Normalmente quem tem mais relutância em conversar fá-lo porque não se sente tão capaz. Sente-se com menos capacidade de comunicação e argumentação e normalmente no meio das discussões o sentimento é de que o outro ganha sempre. O iniciador das conversas normalmente está preocupado com a saúde da relação enquanto que o evitador está preocupado com a sua própria saúde mental e com a sua autonomia na relação porque se sente subjugado.


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