25 de maio de 2015

Voltámos ao Torneio da Mcdonald´s






Depois de um brilhante 2º lugar na edição do ano passado, este ano defendemos as cores da Austrália e temos um canguru mascote, feito pela avó Minéla. A claque está também mais organizada, com t-shirts impressas, cabeleiras, pinturas e buzinas várias e só esperamos que os nossos meninos se divirtam com mais esta aventura.

21 de maio de 2015

O poder do corpo na recuperação




Li esta noticia que diz que treinadores e cientistas defendem que não devemos apressar a recuperação depois do exercício físico com métodos extra porque o bom mesmo é deixarmos o corpo agir sobre o cansaço e a inflamação porque isso o vai tornar cada vez mais forte. Segundo estes especialistas a dor não deve ser mascarada ou atenuada nem a recuperação física forçada porque esses sintomas mais não são do que a acção dos glóbulos brancos na própria recuperação dos tecidos. 
Assim, da próxima vez que doer pense apenas que está a ficar mais forte e capaz e aguente e aproveite e durma.



A Ilha dos Sentimentos



Era uma vez uma ilha, onde moravam todos os sentimentos: a Alegria, a Tristeza, a Sabedoria e todos os outros sentimentos. Por fim o amor. Mas, um dia, todos os moradores foram avisados que aquela ilha iria afundar. Todos os sentimentos se apressaram para sair da ilha.
 

Pegaram seus barcos e partiram. Mas o amor ficou, pois queria ficar mais um pouco com a ilha, antes que ela afundasse. Quando, por fim, estava quase se afogando, o Amor começou a pedir ajuda. Nesse momento estava passando a Riqueza, em um lindo barco. O Amor disse:
- Riqueza, leve-me com você.
- Não posso. Há muito ouro e prata no meu barco. Não há lugar para você.

Ele pediu ajuda à Vaidade, que também vinha passando.
- Vaidade, por favor, me ajude.
- Não posso te ajudar, Amor, você esta todo molhado e poderia estragar meu barco novo.

Então, o amor pediu ajuda à Tristeza.
- Tristeza, leve-me com você.
- Ah! Amor, estou tão triste, que prefiro ir sozinha.

Também passou a Alegria, mas ela estava tão alegre que nem ouviu o amor chamá-la.
Já desesperado, o Amor começou a chorar. Foi quando ouviu uma voz chamar:
- Vem Amor, eu levo você!

Era um velhinho. O Amor ficou tão feliz que esqueceu-se de perguntar o nome do velhinho. Chegando do outro lado da praia, ele perguntou à Sabedoria.
- Sabedoria, quem era aquele velhinho que me trouxe aqui?
A Sabedoria respondeu:

- Era o TEMPO.
- O Tempo? Mas porque só o Tempo me trouxe?
- Porque só o Tempo é capaz de entender o "AMOR"."


Autor: Reinilson Câmara
enviada por: Sammy (obrigado)


19 de maio de 2015

Não posso desistir

 
Sou aquele tipo de pessoa que arranja desculpas por tudo e por nada, é o calor, o frio, a chuva, o vento, o facto de ter comido ou  de estar com fome. Dói-me aqui e acolá. Estou cansada, stressada, o dia foi difícil, tenho muito trabalho, não me apetece. Qualquer motivo, por mais insignificante que seja, me parece perfeitamente ajustado para desistir e não cumprir o plano a que me tinha proposto.   O sofá chama por mim todo o dia, todos os dias, e o meu desporto favorito é mesmo estar alapada, sem fazer nada. Por isso, este é o mantra que tenho de interiorizar e repetir over, and over, and over again  - não posso desistir - não posso desistir - não posso desistir.  Tudo começa por me obrigar a começar a atividade física do dia porque depois, cansada, exausta, de língua de fora e sem ar, a sensação de plenitude é tãooo boa.


18 de maio de 2015

Miguel no seu melhor # 4


A Mónica fazia planos para mobilar a casa nova - uma estante para os livros que são imensos, armários para carradas de casacos e sapatos, a torradeira e microondas para o pequeno almoço, mais isto e aquilo, quando se ouve o Miguel que está aparentemente distraído - não achas que estás a pensar muito em ti? não vais viver sozinha".
Toma e embrulha.


Uma reflexão mais ou menos filosófica

 

Num curto espaço de tempo algumas pessoas que me são próximas, com casamentos aparentemente estáveis e longos, decidem separar-se, e eu fico meio à toa com essas decisões.

Será que pensamos nas nossas relações e entendemos o que se passa com elas? As criticas, as acusações, os silêncios, os pedidos, as exigências são prejudiciais, mas as pessoas não se querem afastar desses comportamentos com medo de serem rejeitados e do sofrimento que essa rejeição comporta. É a velha atitude de manter o que está, mesmo que errado, porque sair da zona de conforto assusta. E acumulam-se zangas, raivas, desesperança... até que um dia tudo rebenta e já nada mais há para consertar.

É muito fácil atacar para induzir culpa ou pior castigar com silêncios prolongados como se o outro não interessasse. É fácil magoar e às vezes a mágoa é tanta e tão amiúde que se torna irremediável. Assume-se uma posição de credor, num balanço desequilibrado, como se se pudesse medir o amor e o que se dá ficasse em divida. Assume-se uma superioridade em relação ao outro, menosprezando-o, como se essa atitude trouxesse algo de bom no futuro. É uma arrogância desmesurada e inútil que tudo destrói.
Pedir um abraço, um beijo, um carinho torna condicionado o que deveria ser espontâneo. Qual o objectivo de pressionar, de impor resultados, de controlar o que não o deveria ser?
É perigoso e desajustado se amamos alguém que criámos dentro e que não existe fora. Como distinguimos essa fantasia e aceitamos o que existe com suas imperfeições e desejos contrários?

O que nos magoa normalmente é a frustração das expectativas criadas. Se eu não esperar nada tudo o que vier é ganho. Já se eu esperar do outro determinadas atitudes, pensamentos e sentimentos e eles não se concretizarem como eu os idealizei a probabilidade de me sentir magoada porque incompreendida é grande. Esperar algo talvez não seja o caminho. Dar e não esperar nada em troca é o exercício de amor mais difícil de realizar.




15 de maio de 2015

A Minha Infância


  
Fui desafiada pelo autor do blog  Mau Caminho para responder a algumas questões. Aqui ficam as respostas:

1 - Um filme da minha Infância:
     Em Luanda, cidade onde cresci, os filmes que mais via eram coboiadas porque a oferta não era grande e era o que havia. Curiosamente, hoje em dia é um género que não me atrai nada. Mais tarde ficou-me na memória o Bambi, pelo dramatismo inicial da morte da mãe, e todos os da Disney que considero fantásticos.

2 - Uma série da minha infância:
    Fico indecisa entre a Heidi e o Marco.

3- Uma música da minha infância
   Todas as que cantava com o meu pai nas longas viagens que fazíamos. Detestava andar de carro e as cantorias distraíam-me 

4- Uma brincadeira da minha infância:
   O elástico, sem qualquer dúvida, com ele voava a alturas incríveis.Os carrinhos de rolamentos, a bicicleta e a macaca também entravam nas preferências

5- Um amigo de infância:
   Não posso escolher só um, têm de ser três. Os irmão Mário e Pedro que brincaram comigo desde que nasceram e mais tarde a Paula que ainda hoje é parte integrante e importante da minha vida. É a irmã que escolhi ter. Adoro-a.

6- Um momento especial da minha infância:
    A viagem para Portugal, retornada de Angola, no pós 25 de abril. Infelizmente, tenho de escolher pela negativa por tudo o que esse momento implicou na minha formação como pessoa e no futuro da minha família.  

7- Um sonho da minha infância:
    Ser médica e andar de terra em terra de avioneta ou helicóptero para ajudar as populações com fracos recursos no interior de Angola. Ainda tenho esperança de um dia o poder fazer quando me reformar.

Gostei muito deste desafio. Obrigada, Francisco, por me levares a viajar para outras latitudes, cheiros e sabores. Tenho memórias fantásticas da minha infância e é sempre bom reviver momentos que nos fizeram felizes.  

 

11 de maio de 2015

Belo domingo


Almoço fantástico, rodeada de amigos, daqueles dos bons. Muita conversa, intimidade, comida e vinho para arrasar com a dieta mas que sabem tão bem quando apreciados em boa companhia. Adorei rever pessoas que não via há imenso tempo, abraçar, fofocar, gargalhar, rir e chorar, relembrar. Que bom que é ter amigos e desfrutar da vida com eles. Que bom que é poder ser, completa, sem defesas, sem barreiras, sem medos da critica e do olhar de lado. Que bom que é poder ser frágil, ter medos e pedir um abraço apenas porque conforta.


8 de maio de 2015

Sarilhos na oficina

 

Levei o carro à revisão, à Expo Ford, e pedi também para o lavarem. Quando o fui recolher verifiquei que o carro estava todo riscado do lado esquerdo, em ambas as portas, com marcas que parecia que tinha sido usado lixa e danificado a pintura. Chamei o responsável, apresentei queixa e a resposta foi que se tratavam de riscos antigos devido a batimentos quando se abria a porta e, por isso, não se responsabilizavam por nada. Falei com o apoio ao cliente e de nada serviu. Acabei por escrever uma reclamação, no livro de reclamações, pensando que o caso havia de ser posteriormente resolvido. Qual não é o meu espanto quando, depois de contactar um advogado e o apoio jurídico da Deco, percebo que o ónus da prova é meu, isto é, é a mim qua cabe provar que o carro não foi entregue naquele estado (como se toda a gente andasse a fotografar o carro antes de o deixar numa oficina) e que nada mais se pode fazer, restando-me ficar com o carro riscado e calar. Fica o alerta!


7 de maio de 2015

10 tipos dificeis numa relação



1 - O emocionalmente instável - As pessoas  que funcionam em estilo montanha russa podem ser muito engraçadas por períodos curtos de tempo, numas férias ou festa, mas para viver são esgotantes. Quem não funciona assim dificilmente as compreendem e deseja o mínimo de estabilidade, difícil de alcançar. 

2 - O controlador - Ter alguém que decide tudo desde o restaurante para jantar até às férias e às actividades das crianças pode, em alguns momentos, ser agradável, mas quando esse tipo de comportamento se alastra a tudo o que o casal faz ou decide já não é tão bom. Ter ao seu lado alguém que quer tomar as rédeas de tudo e ter sempre razão qualquer que seja o assunto em discussão acaba por ser desmotivante e criar um fosso difícil de ultrapassar.

3 - O chico esperto - Ser confiante, perspicaz e opinativo é desejável, mas quando a pessoa sabe tudo a toda a hora seja qual for o assunto, a relação pode correr perigo. Gostamos de alguém que nos valorize e goste de nós pelo que somos. Se a pessoa que está connosco não nos valoriza dificilmente conseguiremos alcançar a harmonia conjugal.

4 -  O centro das atenções - Para esta pessoa o que importa é chamar a atenção sobre si, não interessa como. É o palhaço do grupo, o coitadinho, o doente, o azarado, o que tem sempre algo a dizer quando alguém fala. De vez em quando suporta-se, sempre é dose.

5 - O distraído - Pessoas tímidas, fechadas no seu mundo, são normalmente distraídas. É uma defesa. Ser distraído é uma característica de quem está fechado no seu próprio mundo, e quando isso vem acompanhado de uma ingenuidade e falta de senso do ridículo o pacote fica completo para produzir alguém que não fala coisa com coisa. É até engraçado conviver com alguém que age na vida como se fosse assim assim, mas para aquelas coisas sérias, que dependem de firmeza esse tipo de pessoa não entra na lista de prioridades.

6 - O descomprometido - As amizades assim como os relacionamentos amorosos e profissionais precisam de se renovar nesse dia a dia louco e rotineiro em que vivemos, mas ser descomprometido ao extremo não é bom para gerar credibilidade.

7 - O explosivo - A vida tem sempre muitos desafios e a maturidade de alguém é avaliada pela forma como gere, com eficiência, esses desafios. Há pessoas que viram demónios face a uma contrariedade e acabam por descarregar em quem está próximo. À primeira vista estas pessoas parece que conquistaram o respeito de quem com eles vivem mas na verdade o que eles invocam é medo.

8 - O directo - Há muita gente que tem por hábito dizer o que lhe vem à cabeça com a desculpa que são muito honestas. São agressivas e descarregam frustraçoes porque na verdade são ou estão amarguradas e revoltadas com a vida que têm. Ser demasiado sincero não ajuda a receber carinho e dedicação que é o que na verdade necessitam.

9 - O desconfiado - Por causa do medo de sofrer algumas pessoas antecipam-se à dor. Esse comportamento demasiado defensivo associado com paranóia e orgulho cria alguém perigoso porque manipulador, desconfiado, ciumento e não totalmente entregue emocionalmente.

10 - O insensível - Quem acha que uma relação não precisa de atitudes e acredita que o parceiro sabe o tamanho do seu amor pode tornar-se alguém frio e distante. Conviver com uma pedra de gelo que não reage a nada pode endurecer quem está por perto e a própria relação esfria. Quem é frio normalmente tem medo de parecer carente e dependente mas no fim a sua atitude irá afastar toda a gente.

Miguel no seu melhor # 3

 

Depois de uma ida ao supermercado especialmente atribulada, já com os nervos em franja e farta de tudo, com o pavio curto, descarreguei a neura sobre ele.
- Mãe, tem calma, tens de exercitar o teu auto controlo.
(É nestas alturas que percebo que algumas das conversas que temos são interiorizadas).


6 de maio de 2015

Primeiro treino ao ar livre


 
Fiz o meu primeiro treino outdoor, (assim mesmo em estrangeiro e tudo que é mais fino), que é como quem diz fora de portas, ao ar livre, sem estar fechada entre quatro paredes de um ginásio cheio de gente e com o ar condicionado meio marado. E só vos digo que nunca pensei estar tão mal preparada para o que se seguiu.
Ía fresca e airosa, na presunção que iríamos conversar, fazer uma pequena avaliação física e combinar o futuro. Tudo certo, sem stresses de maior.

Conversa feita, iniciámos, calmamente, uma série de exercícios que serviriam para avaliar o nível de execução. Corre um pouco, flecte aqui, estica ali, salta, corre de novo, flexões de braços, agachamento, sobe escada, desce escada, mais uns saltos e nova corrida. Menos mal! Tudo certinho, em velocidade moderada, sem esforço de maior, a que se segue um agachamento estático sem fim à vista - é até morrer, diz o PT - quero que me digas numa escala de 0 a 10 a intensidade da dor e quando chegar ao 10 aguentas mais 5 segundos. Foi bonito, foi. O rabo caía, as costas curvavam, a cabeça inclinada para a frente, os ombros fora do sitio e o fulano a emendar, levanta o rabo, endireita as costas, olha a cabeça, ombros para trás, contrai a barriga, aperta o rabo, e os músculos a arderem, arderem, arderem. Toda eu pegava fogo, ao mesmo tempo que tinha de avaliar intensidade de dor, 5, 7, 9, 10.. e a voz do sargento, dói?... arde?... aguenta, aguenta... descansa! Porra, que dor! Por esta altura já me apetecia acabar o treino e o maldito homem diz. Pronto, acabámos o aquecimento. Hã! What? Isto foi só aquecimento? Vai ser lindo, vai!



Seguiu-se o treino funcional propriamente dito, um treino que usa o peso do corpo, em movimentos do dia a dia mais exagerados, que trabalha a força muscular, a flexibilidade, o sistema cardiorrespiratório, a coordenação motora e o equilíbrio, tudo isto executado em alta intensidade. Foi composto por 8 exercícios, (agachamento; salto à corda de pés juntos; salto à frente com agachamento e dois saltos atrás; mountains climbers; lunges com salto; salto à corda de novo; burpees;  e o último  de que já nem me lembro)  num pequeno circuito contínuo de 1 minuto de exercício e 30 segundos de descanso.
Pi, sinal de inicio.. Pi, terminou... Pi, inicia... Pi, termina... Pi,... Pi,... Pi.... Maldito relógio. Cala-te!  No final mal ouvia o apito.
Lá fui fazendo com muito esforço. O meu pior pesadelo convertido em PT. Saltos e mais saltos, pouco tempo de descanso e inspira, expira, inspira, expira. Perto do final a mente desliga e já nem sei respirar. Na verdade só arfava, o peito a arder, o coração a bater a mil e aquela sombra negra a aproximar-se dos olhos. Só me apetecia bater-lhe mas na verdade nem força tinha para isso. O que queria  mesmo era ver o fim daquilo e ir-me embora. Nos burpees já as pernas se recusavam a saltar e me falhavam salto sim, salto sim. Olhei para ele e implorei que terminasse a tortura. Não pára, vamos, não pára, só falta um! - Foi a resposta que me chegou, gritada, lá muito ao longe. Eu a tentar e o corpo a recusar-se a fazer. Estão a ver aqueles filmes com o sargento a gritar aos fuzileiros. Pois! Assim estava o meu treino, pelo menos foi o que me pareceu.

Terminámos com os alongamentos, despedi-me e quando me voltei para regressar vi que três degraus me separavam do objectivo de voltar para o carro. Eram três míseros degraus, mas naquele momento eram um obstáculo impossível de transpor. Toda eu tremia e as pernas negaram-se áquele último esforço. Derrotada, sentei-me no primeiro degrau e esperei que as forças voltassem. Volta, Carlota, estás perdoada!


5 de maio de 2015

O gozo que me dá



Quando encontro na leg press um homem e lhe peço para intercalarmos exercício. Ele faz o dele com 80 kg, dá-me lugar, aumento peso, faço as minhas repetições e cedo de novo o lugar. Quando o sujeito se volta a sentar, olha para o peso, olha para mim de lado e quase que vejo o pensamento "se esta velha e mulher consegue fazer com este peso eu também consigo".. ajeita-se, tenta e ... fail... tenta de novo... fail... desiste, levanta-se e vai embora. Ahahaha. Vitória do sexo fraco!
Não é por conseguir executar o movimento com mais peso porque cada um faz como consegue e não há mal nenhum nisso, é mesmo pelo olhar de desdém que me lançam e a presunção que também conseguem apenas porque sou mulher e menos nova do que eles. Treinem e não julguem com base nas aparências.



3 de maio de 2015

Ser mãe


Desde cedo que quis ser mãe, que essa condição me fascinou.
Nunca fui a típica menina que gosta de cor de rosa, lacinhos, penteados mais ou menos elaborados, saias aos folhos e pinturas nas unhas e nos olhos. Nunca sonhei com o dia que o meu príncipe me levaria ao altar num vestido branco, de véu e grinalda. Nunca sonhei com o casamento, mas sempre soube que queria ser mãe. E, desde que me lembro de pensar sobre as coisas da vida,. (sim, porque desde miúda que reflicto sobre isso... )  a única certeza que tinha é que seria mãe.
Sabia bem que tipo de mãe seria e, principalmente, o que nunca faria. Desde cedo que no meu íntimo sabia que nasci para ser mãe. Ter filhos foi o meu grande projecto de vida. Aquele em que mais me empenhei e pelo qual mais lutei. Fui mãe cedo para os padrões actuais. Aos 22 anos já tinha um coração fora do peito.
Ser mãe foi uma alegria imensa. Partilhar chão, curiosidades, saberes, noites, o toque da pele e o cheiro doce a mar que só um filho bebé tem. Ver e mais importante ainda, sentir um amor sem tamanho, admiração pelo acto de criar algo tão belo, tão único. tão perfeito. Ainda hoje, olhando para trás, consigo sentir o deslumbramento que é ter um filho. São momentos inesquecíveis. Um filho que mama e olha para nós com total entrega. Um ser frágil que de nós depende e para o qual passamos a viver sem limites. Uma curiosidade intensa e contínua que nos obriga a estar permanentemente alerta. Ser mãe foi uma descoberta, uma aprendizagem constante mas foi algo intrínseco em mim.
Não me lembro de ter tido grandes dificuldades em saber gerir os primeiros anos, as primeiras dores, febres e doenças, as primeiras aprendizagens. Era algo que fazia naturalmente, sem dúvidas, sem medos. Sempre soube bem o que queria e como queria fazer e o que não sabia aparecia quase como por geração espontânea. Senti-me sempre extremamente segura no pape de mãe e preparada para ele. Cada filho tem as suas características próprias e as exigências de um não são iguais às necessidades do outro e, como tive filhos, com idades bem diferentes, sempre exigiram de mim coisas e posturas distintas. Ser mãe continua a ser um desafio mas é fantástico.
Agora, outra etapa se avizinha e curiosamente para esta não me sinto tão preparada. Os pardalitos estão a deixar o ninho e a ansiedade da separação toma conta de mim. Sei que sofro por antecipação e que quando a hora chegar tudo vai estar já interiorizado, digerido e devidamente arrumado, mas até que o dia chegue inúmeras questões me passam pela cabeça e as dúvidas sobre a vida que os espera e a felicidade que conseguirão ou não construir assolam-me. É com expectativa que aguardo esse dia e por agora só sei que quero ser o porto de abrigo a que podem recorrer e voltar quando disso precisarem. Amo-os a todos com igual intensidade mas de formas tão diferentes. São todos especiais, cada um à sua maneira. São a minha vida.


2 de maio de 2015

Miguel no seu melhor # 2


Depois de um almoço a dois em que falámos sobre a necessidade de reflectir sobre quem realmente somos, diz o Miguel.
- Mãe, se eu visse as coisas pelos teus olhos não via as mesmas coisas que tu.
- Porquê? - questionei, intrigada.
- Porque a minha cabeça gosta de coisas diferentes da tua e vai olhar para outros sítios.
- Pois!...