13 de abril de 2015

Quando os filhos não querem ou não gostam de estudar

 

Neste inicio de 3º período começam as aflições com as notas, os estudos, os testes e a transição de ano. Os pais querem que os filhos adquiram de repente hábitos de estudo. Querem que eles se dediquem e estudem diariamente e os filhos, por seu lado, que andaram os dois períodos anteriores à vontade, para não dizer mesmo à vontadinha, não sabem como fazê-lo. Cresce nos pais a ideia, real, de que os filhos não gostam nem sabem estudar. Como podemos ajudá-los?

Antes de mais, convém dizer que é importante que os pais criem nos filhos hábitos de estudo desde cedo. Com a entrada na escola primária, os pais têm obrigação de ir ensinando e transmitindo aos filhos bons hábitos de estudo. Devem proporcionar-lhes um local de estudo apropriado, bem iluminado e em local sossegado. Depois, diariamente, a criança deve ser incentivada a sentar-se para fazer qualquer tipo de exercício. Se houver trabalhos de casa, é o momento de os executar. Se não houver podem aproveitar para arrumar a pasta para o dia seguinte, fazer um desenho, escrever uma palavra difícil ou ler um bocadinho. Dessa forma, estamos a transmitir que o trabalho do dia só termina quando se sentam à secretária e estudam.

Assim, quando forem mais velho, o hábito está criado e não haverá espaço para resmunguices.
Nesta matéria, como em todas as outras, cabe também aos pais ensinar pelo exemplo. Se querem que eles valorizem o estudo, os pais têm de o valorizar sempre e não apenas em época de testes ou no final do ano lectivo. Deixem que os vossos filhos vos vejam a ler, a assistir a peças de teatro, organizem programas culturais em famílias, como idas a museus, por exemplo. Se eles percepcionarem que aprender é algo que os pais ainda fazem e com agrado, tudo se torna mais fácil.

Depois, bem depois todos sabemos que há duas formas básicas de educação: premiando o bom comportamento ou punindo o mau. Qual o mais eficiente? Inúmeros estudos apontam que educar através do reforço positivo (premiando) é mais eficaz do que punindo. E mais saudável também. É melhor premiar com um pouco mais de atenção, prolongar dez minutos a ida para a cama, fazer uma refeição do seu agrado, ir ao cinema, andar de bicicleta, deixá-lo ver na televisão aquele programa que ele gosta ou jogar um pouco no tablet, computador ou playstation, como forma de recompensa do que castigá-lo a toda a hora quando os objectivos não são atingidos. Demasiado castigo devaroliza-o e quando ele for mesmo necessário não surtirá qualquer efeito. O mesmo acontece com o castigo fisico, uma palmada é eficaz, palmadas constantes deixam de o ser.

Há pais que me questionam sobre se devem ou não pagar aos filhos pelas boas notas. Acho que há tantas outras formas positivas de os recompensarmos que não precisamos de recorrer a pagamentos. Com isso, corremos o risco de valorizar demais os aspectos materiais da vida. Pensem um pouco. Sejam criativos e de certeza que descobrem dezenas de maneiras, bem menos materialistas, de os premiar e incentivar.


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