1 de abril de 2015

O copiloto da Germanwings.


Há uma semana que toda a gente fala sobre o acidente do avião da Germanwings e da culpa do copiloto. Cada vez se descobrem mais dados e com a investigação ainda a decorrer o risco de imprecisões é grande, mas um dado parece certo, o de que o co-piloto sofria, há vários anos, de uma grave depressão.

Lubitz já teria recebido tratamento medicamentoso para um quadro de depressão, com ideação suicida. Segundo os últimos dados recolhidos, alguns dos medicamentos prescritos eram inclusivé para tratamento de outra sintomatologia, mais grave, ligada ao espectro da psicose, a esquizofrenia, composta por fuga à realidade, delírios e alucinações.

Caso se confirmem estas suspeitas, Andreas Lubitz é apenas uma das 121 milhões de pessoas que sofrem de depressão em todo o mundo. É uma doença silenciosa, que acarreta grande sofrimento, vergonha e culpa e que é ainda menosprezada pela sociedade que não a entende. Há a ideia generalizada que a pessoa está doente porque é fraca ou porque quer. Os doentes são marginalizados e, absortos que estão na sua tristeza, é fácil isolarem-se de tudo e todos e é nesses casos que a depressão se torna recorrente e de difícil tratamento.

É necessário mais apoio familiar, social e claro médico. É preciso que a doença seja tratada e falada publicamente e não fechada em quatro paredes. É preciso dizer a quem sofre que há tratamento e que é possível ficar bem e viver uma vida feliz. A terapia cognitivo comportamental e o tratamento psiquiátrico (quando é de facto preciso!) são as respostas mais eficazes nos dias de hoje. Pena que Andreas não tenha percebido isso a tempo.


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