24 de abril de 2015

A fome emocional

 

A determinada hora do dia ou noite come se não houvesse amanhã.
Ataca a despensa e a geleira sem pensar.
Come sem saber bem o quê ou porquê.
Oscila entre ingestão de doces e salgados, sem qualquer ordem especifica, apenas porque sim.
Não consegue parar e depois enche-se de remorsos e culpa.
A tristeza consome-o e volta a comer,
numa espiral sem fim.

Se se revê nestas palavras é provável que esteja a atravessar uma fase de ingestão compulsiva de alimentos devido a factores emocionais - é a denominada fome emocional.

Há pessoas que tentam preencher o vazio que sentem através da comida e determinadas situações emocionais que não controlam passam a ser o gatilho para comerem de forma descontrolada. Essa ingestão anormal de comida, ocorre normalmente num curtíssimo período de tempo, entre 5 e 10 minutos e  acarreta sempre um enorme sentimento de culpa à posteriori que, mais tarde ou mais cedo, levará a novo episódio compulsivo.

Em Psicologia, denomina-se fome emocional a toda a tentativa de compensar, através da ingestão alimentar, um mal estar interior que pode ir da solidão ao stress, ansiedade, tristeza, culpa ou vazio. Como se calcula toda essa ingestão abusiva e descontrolada de alimentos torna muito difícil o emagrecer ou a manutenção do peso, factor agravante do comportamento.

Pessoas com baixa auto estima, inseguras, perfeccionistas, ansiosas e muito focadas no corpo sofrem habitualmente deste mal e entram num círculo vicioso difícil de quebrar. Como todas as outras perturbações alimentares, atinge principalmente as mulheres, sexo mais vulnerável a este tipo de patologia.  São normalmente pessoas do tudo ou nada, do oito ou oitenta. Empenham-se tremendamente em alguma coisa, com uma motivação extraordinária e, quando não atingem os patamares que idealizaram, estatelam-se ao comprimido e acham-se as piores pessoas do mundo. Dificilmente percepcionam a realidade como ela é e são muito exigentes consigo e com os seus desempenhos e tudo isso dificulta o desejado regresso à normalidade que, embora difícil, é possível.


Sem comentários:

Enviar um comentário