28 de outubro de 2014

O que são os ataques de pânico


O ser humano está preparado, em termos fisiológicos, para lidar com situações de perigo, stress ou emoções extremas. O organismo, percepcionando essas situações como perigosas, reage com uma descarga de adrenalina para se defender e proteger. Essa descarga de adrenalina vai preparar o organismo para o confronto ou a fuga e é responsável por diversas alterações fisiológicas: aumento do ritmo cardíaco, sudorese, dilatação da pupila, tremores, dilatação dos brônquios, entre outras, e é muitas vezes confundida com sintomas de ataque cardíaco, o que assusta imenso o doente.

A ansiedade é a reacção a algo que nos assusta enquanto que o ataque de pânico é uma ansiedade exagerada.

Se por qualquer motivo ( as causas são as mais diversas desde debilidade, toma de medicamentos, efeitos secundários de outras patologias, etc) há uma descarga de adrenalina em excesso, sem causa externa, ou seja, sem que de facto o organismo dela precise para nada, dá-se um colapso físico que é sentido como um ataque de pânico sem o ser. A partir daí, a mente sem saber que a pessoa não está de facto em perigo real, aciona os os mecanismos próprios de morte eminente e assim se inicia um circulo vicioso que é difícil de romper tornando-se um factor impeditivo de uma vida plena.
O doente está sempre com medo de ter medo.

Normalmente o que acontece é que a pessoa experiencia um ataque de pânico por qualquer razão. com ou sem explicação clara, e assusta-se e, a partir daí, o medo de viver de novo essa experiência é suficiente para aterrorizar e desenvolver sintomas de ansiedade generalizada face a situações irracionais, não conseguindo diferenciar o medo real do irracional e a ansiedade normal, que é adaptativa, transforma-se numa ansiedade patológica porque exagerada. Às vezes, estes doentes acham que têm fobias diversas quando na verdade o que têm é reacções exageradas a diferentes situações que são percepcionadas pela sua mente como de perigo e morte eminente.

É fundamental que seja feito um diagnóstico o mais cedo possível e algumas vezes é mesmo necessário recorrer a tratamento medicamentoso, mas a maior parte das vezes o tratamento psicoterapêutico é suficiente e obtêm-se bons resultados, se houver da parte do doente uma boa adesão às recomendações dadas.

O terapeuta pode pedir, no inicio da intervenção, que o paciente faça um pequeno registo, deste género, porque isso irá ajudar a analisar a frequência, intensidade e situações em que a ansiedade aparece procurando estabelecer-se um padrão de compreensão para se trabalhar a partir daí.



Sintomas mais frequentes dos Ataques de Pânico:
 Desmaio, vertigens, tonturas
Palpitações e coração acelerado
Sufoco ou dificuldade em respirar, falta de ar
Transpiração excessiva
Enjoos, dores de estômago ou alterações intestinais com diarreia
Tremores, calafrios ou calor excessivo
Dor forte no peito
Medo de morrer
Medo de ficar louco
Medo de perder o controlo

Se se revê nesta lista é possível que sofra desta patologia e o meu conselho é que procure ajuda porque essa síndrome pode e deve ser tratada. Viver com estes níveis de ansiedade não é bom mas a primeira coisa que tem de ter em mente é que nunca ninguém morreu de ataques de pânico. Por muito assustadoras que as crises possam ser ter presente no seu  espírito que não corre perigo de vida é um passo importante para a racionalização e para a cura.

1 comentário:

  1. A procura de ajuda é essencial. Lidar com uma situação destas sozinho é muito complicado. Felizmente tive consciência disso e pedi ajuda com a maior brevidade possível. A ansiedade e os ataques de pânico têm solução, e essencialmente têm uma explicação, mesmo que assim não aparente. Este é o meu relato: http://alimonadadavida.blogspot.pt/2015/11/bem-vinda-de-volta-ti.html

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