8 de julho de 2014

Correr Riscos

 

Quando temos de tomar uma decisão, uma de duas coisas acontecem: ou evitamos o problema ou o enfrentamos e lutamos.
 
Se evitamos, fingimos que ele não existe, adiamos a resolução, continuamos com as mesmas atitudes e padrões que tivemos até aí e, como é óbvio, tudo se mantém igual, nada muda e o problema lá está, ganhando cada vez maior dimensão e nós fazendo como a avestruz, de cabeça enfiada na areia. Este é o comportamento típico das pessoas com fraca auto estima, que se auto desvalorizam e que deixaram de acreditar em si, nas suas capacidades e potencialidades e é claro que arrastar os problemas só faz com que todo esse auto conceito negativo se vá confirmando uma e outra vez e aumentando a certeza que a pessoa tem de que não é capaz.

Por outro lado, quando enfrentamos o problema e o tentamos resolver, somos obrigados a analisá~lo, a reflectir sobre ele,  a decompo-lo nos seus mais variados factores e a agir. Temos de olhar para dentro de nós e perceber o que está mal, o que fizemos ou não para que a situação exista,   analisar as suas implicações, a descobrir em nós os recursos que temos de activar para a sua resolução e aí, sim, estamos mais perto da sua solução. 

Quando tomamos uma atitude, ainda que errada, estamos a desenvolver recursos, a explorar sentimentos, a crescer. Às vezes temos medo e esse medo é muitas vezes o motor que nos faz avançar em relação a uma solução e, mesmo que venhamos a constatar que a opção que tomámos não era a mais adequada, temos a obrigação perante nós mesmos, de tentar de novo, porque é correndo riscos que amadurecemos, é correndo riscos, que pomos à prova o que somos, é correndo riscos que vivemos.

Se conseguirmos esquecer os medos e agir e se então a isso juntarmos o que diz o nosso coração, estarmos mais próximos de ser felizes

Há um poema  do grande poeta E.E.Cummings, chamado "Dive for dreams" (Mergulhe em seus sonhos) que tem uma frase que gosto muito,

'Mergulhe em busca dos sonhos,confie em seu coração
se os mares explodirem em chamas
(e viva pelo amor mesmo que as estrelas se movam

para trás).


O poema é sobre  arriscar e confiar no nosso coração e é esse, sem dúvida, o caminho.

Este blogue surgiu porque há momentos em que nos questionamos por onde devemos ir, que caminho devemos tomar e este tipo de decisões nunca são fáceis de tomar. Se por um lado estamos numa situação que não nos completa, acomodados, mas sem rumo, por outro lado a mudança assusta demais porque o que temos, embora insuficiente, é o que conhecemos e ao que estamos habituados e com isso nós já vamos sabendo lidar mais ao menos. O resto, o desconhecido,  atemoriza-nos e, como todos sabemos, o medo muitas vezes paralisa e impede-nos de avançar.

Estou num desses momentos, de encruzilhada, e preciso perceber qual o rumo a tomar.Não quero com isto dizer que o caminho  a seguir tenha de ser necessariamente no sentido oposto ao que neste momento percorro, mas se esse não for o caso, a necessidade de reajuste é enorme. Preciso de ponderar com calma, medir os prós e os contras, analisar os mais diversos factores e, reflectir no que desejo de facto e, para mim, escrever ajuda-me sempre a ordenar ideias, olhar para dentro e  tomar decisões.

Assim, para além de um  escape, este espaço tem também como objectivo muito pessoal ajudar-me a encontrar o rumo certo. 



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