30 de maio de 2014

Como procurar um terapeuta

Quem se encontra a atravessar alguma dificuldade na vida, na relação, com os filhos ou pais, no trabalho ou em contexto social, por outras palavras, em sofrimento, e resolve procurar um terapeuta depara-se muitas vezes com a dificuldade de saber como procurar e a que profissional se deve dirigir.

Temos os psiquiatras, psicólogos, terapeutas familiar, profissionais de aconselhamento matrimonial e familiar, assistentes sociais, etc., ou seja,  temos uma panóplia enorme de profissionais, aptos para fornecer serviços na saúde mental,  e isso confunde as pessoas. Cada um destes profissionais tem uma formação, conhecimentos, experiências, objectivos e populações específicos e se soubermos a que cada um deles se dedica e como, estaremos com certeza mais capazes de fazer uma escolha adequada ao nosso caso e ao que pretendemos obter.

Lembre-se que um bom terapeuta vale ouro e é meio caminho para o sucesso. Genericamente, deve procurar alguém com quem consiga estabelecer uma relação empática, que lhe transmita confiança, e lhe dê segurança e não faça julgamentos porque, se tal não acontecer, a probabilidade de sucesso da terapia estará muito comprometida. É difícil fazer um bom percurso terapêutico com alguém em quem não se confia ou com quem não nos dá segurança porque, em ultima análise, disso já nós temos de sobra na nossa vida.

Deixo aqui uma pequena descrição de cada um deles que vos pode ser útil na hora da escolha

Psiquiatra - são médicos, com especialização no diagnóstico e tratamento de doenças mentais, prescrevem medicamentos e podem, simultaneamente, conversar com o paciente porque muito deles acumulam a formação médica com a formação psicoterapêutica

Psicólogo clinico - são licenciados em psicologia, a ciência que estuda o comportamento e a mente humana, são treinados em psicoterapia e aconselhamento, indicados para problemas emocionais, não usam medicação, mas podem muitas vezes trabalhar em conjunto com psiquiatras. Ajuda-o a perceber o que o aflige e a arranjar estratégias para fazer frente às situações. A terapia cognitivo comportamental ou de orientação analítica são as suas principais ferramentas de intervenção e é com base nelas que o ajudam a mudar as percepções que tem de si ou do que o rodeia.

Assistente social - são especialistas que prestam serviço social em contexto relacionado com a saúde, que agora são regidos por planos de saúde. Têm como objectivo manter ou melhorar o funcionamento social de uma pessoa no seu ambiente e ajudam as pessoas a resolver problemas familiares e sociais.

Counselling - é uma palavra de origem inglesa que significa aconselhamento e que define o processo de interacção entre duas ou mais pessoas e tem como obejctivo levar a pessoa a fazer escolhas acertadas, partindo do pressuposto de que cada individuo tem dentro de si os recursos necessários para a resolução de um problema. Podem ter ou não uma licenciatura mas alguns deles baseiam o seu trabalho nas suas próprias experiências como é o caso, por exemplo, dos casos de abuso de substâncias, gestão de stress, impulsos suicidas, vícios. Trabalham muitas vezes em conjunto com outros profissionais da saúde mental.

A terapia é um processo dinâmico e, como tal, é essencial que escolha o terapeuta que melhor se adequa à dificuldade que atravessa ou ao objectivo que tem em mente. Não escolha por impulso, informe-se sobre a pessoa que pretende contactar, rejeite profissionais não credenciados e com certeza irá ser bem sucedido.


29 de maio de 2014

Mundial somos nós - Hino RTP1

Acabei de ouvir o Hino da RTP1 para a nossa selecção " Mundial somos nós", com musica de José da Ponte e letra de João Pedro Mendonça e gostei muito. Acho que está animada, tem uma letra bonita e que facilmente apreendemos, o que nos leva a também querer cantar, e atinge o seu objectivo de unir os adeptos em torno de uma equipa e de um sonho. Oiçam-na e depois digam-me se tenho ou não razão.

Neura

Sabem aqueles dias em que a neura se abate sobre nós?... Hoje é o dia! Ela apareceu e não feliz com isso resolveu instalar-se. Não sei o que fazer, mas uma certeza tenho, não me vou deixar dominar pelo bicho.

26 de maio de 2014

Resumo de um dia no Rock In Rio-Lisboa

O momento do dia de ontem foi a ida ao Rock in Rio. Resolvemos ir cedo para aproveitar todos os concertos e chegámos mesmo a tempo da abertura com a Áurea e o Boss AC. Gostei bastante da ligação entre a voz quente e sensual da Áurea com o registo mais agressivo do Boss, num dueto entre soul e hip hop que resultou bem. Foram 45 minutos de boa música, com alguns dos sucessos de ambos, que levaram a que quase toda a gente os conseguisse acompanhar. Depois de uma volta alargada pelo recinto e de um jantar degustado no chão, como manda a tradição, ocupámos lugar para ouvir Paloma Faith e esperar pelo concerto da noite. Não gostei muito de Paloma. Não sei se por ter ouvido Áurea dentro do mesmo registo e preferir a nossa portuguesa a esta britânica se pelo facto de ela estar doente e, por isso, provavelmente, abaixo das suas reais capacidades, a verdade é que não me cativou e não a ouvi até ao fim. Fomos à descoberta e achámos num dos palcos secundários, os Terra Celta, com a fusão entre a música celta e o forró brasileiro, muito diferente e interessante  A espera trouxe também um momento de fogo de artificio que, embora de curta duração, cumpriu o seu propósito de gala de abertura e entretenimento. Depois, bem depois, foi o delírio, com o Sr. Robbie Williams ao seu melhor estilo, cantou, interagiu com o público, dançou e, a mim, encantou. Estava com algum receio que viesse promover o seu mais recente álbum, de swing, mas tivemos direito a uma selecção de covers de bandas bem conhecidas e outros sucessos seus que levaram a multidão ao rubro durante toda a hora e meia que durou o espectáculo. Adorei! É um artista completo que nunca desilude e teve a acompanhá-lo uma banda fantástica. Mais uma voltinha para aquecer e eis que entra em cena Ivete Sangalo e toda a sua energia contagiante. Que mulherão, meu Deus! Conseguiu empatizar com a multidão desde que entrou e tirar o pé do chão de todo mundo. Empolgante, sem dúvida.
Como ponto negativo, da responsabilidade directa da organização, apenas tenho a referir a limpeza, ou antes a falta dela, das casas de banho femininas, um nojo! É difícil lembrar-me de ter entrado antes em pocilga maior. É verdade que as utilizadoras deveriam ter mais cuidado, mas como infelizmente isso não acontece, acho que caberia à organização uma atenção redobrada.
Para acabar, não posso deixar de referir o frio... tanto frio... se alguém está a pensar passar pela Bela Vista, apenas um conselho, levem um cobertor ou pelo menos uma samarra porque o frio é cortante. Atrevo-me mesmo a dizer que esta semana muito boa gente vai ficar de cama à custa do S. Pedro. Em resumo e no geral nota positiva e um final de tarde e noite bem passados.
  


 


 
 
 
(Fotos retiradas do site da cotonete)

23 de maio de 2014

Músicas da alma

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Todos temos músicas preferidas para os mais diversos contextos. Temos as que ouvimos quando estamos felizes, apaixonados, entusiasmados e às que voltamos quando nos sentimos tristes, cansados ou depressivos.

Hoje estou em modo Clarice Falcão, com o seu Monomania.



22 de maio de 2014

Amizade com ex namorado


A propósito desta série, "Ex on the Beach", em que tropecei no fim de semana, que conta a aventura de oito belos jovens, colocados numa ilha para uma férias de sonho, com sol, praia, festas e sexo e que explora as suas reacções quando a produção decide enviar para a ilha os ex de todos eles, um de cada vez, comecei a pensar até que ponto será legitimo e saudável manter uma relação de amizade com os ex, comportamento que parece estar cada vez mais na moda, pelo menos entre muitas figuras públicas que  dizem sempre o já batido "estamos bem, ficámos amigos", depois do fim da relação, como se uma separação pudesse ser sempre doce e tranquila para ambos.

Tenho cá para com os meus botões que toda a separação é difícil, não acredito nisso de separações fáceis e não me parece aceitável grandes amizades, pelo menos no inicio e, principalmente, se o rompimento se deveu à vontade de apenas uma das partes. Não quer dizer que não possa vir a acontecer, com o tempo, mas no imediato parece-me difícil e até problemático.

Se não, pensemos. Quando um casal decide separar-se aparecem, normalmente, num ou em ambos os membros do ex casal, em maior ou menor escala, sentimentos de rejeição, baixa auto estima, traição, quebra de confiança, insatisfação, desilusão, zanga, raiva, entre outros, todos eles dentro deste especto negativo e, se calhar, às vezes, também algum alívio pela libertação conseguida.

Sendo verdade esta premissa, não me parece  que sentimentos deste tipo sejam iguais aos que alimentam as amizades. Os amigos habitualmente despertam em nós sensações totalmente diferentes destas, de respeito, confiança, gratidão e bem estar. Poderá alguém ser amigo da pessoa que a rejeitou e magoou? Quererá alguém ter como amigo uma pessoa em quem não confia e com quem não pode contar, com quem se sente zangado e por quem sente raiva? Acho pouco plausível. Depois, há ainda um outro facto, escondido e mais ou menos consciente, que muitas vezes está por trás do objectivo de continuarem amigos: o desejo, por parte de quem ainda gosta, de reconquista. O pensamento de que se se mantiverem por perto e se forem amigos, há maior probabilidade de o conseguir reconquistar  e trazer de volta para a relação. Este pensamento é extremamente perigoso porque a pessoa não percebe que o outro já não está empenhado, que está preparado para avançar e refazer a vida amorosa e o sujeito que deseja o reatar fica preso numa relação sem futuro, não aceita o fim, não faz o luto da relação perdida e, em última análise, sofre desnecessariamente. O meu conselho, é que deixem passar um tempo sem contacto, curem as feridas e depois, quando o tempo desempenhar a sua função de cura, ai sim, estão em condições para conviver, mais ou menos amigavelmente.

Para não correr o risco de ser já apedrejada ou ter de ler comentários desagradáveis, peço que toda a gente se foque nas relações em causa, as que são retratadas no dito programa, as de namoro, sem filhos. É claro que quando existem filhos o caso é diferente e terei oportunidade de escrever sobre isso noutra ocasião

Jantar no Mercado da Ribeira

O Mercado da Ribeira abriu este fim de semana, remodelado. A revista Time Out, exploradora deste novo espaço, construiu  uma zona de restaurantes, separada do mercado habitual de venda de frutas e legumes, à volta de um espaço central com mesas de madeira e bancos altos. Queria muito ir conhecê-lo. Aconteceu ontem, ao jantar. Depois de darmos duas voltinhas pelo espaço para inspirar o ambiente e as papilas gustativas, decidimo-nos por estacionar ao balcão de um dos restaurantes porque o espaço central estava a abarrotar e não fazia sentido estar à espera de vaga. Essa é aliás uma das queixas que tenho para apresentar: com tanto espaço disponível, decidem-se pela colocação de mesas apenas até metade, ficando a outra metade totalmente desaproveitada. Parece-me um absurdo, visto que vi muita gente sentada no chão para comer. Não faz sentido! Já sentados e depois de escolhido o repasto, (peixinhos da horta, bife à portuguesa acompanhado com batatas e esparregado e  um copo de sangria por pessoa), qual não é o nosso espanto quando nos trazem a conta em primeiro lugar. Podem vê-la aí em baixo e acreditem que foi a primeira coisa que colocaram à nossa frente No mínimo é diferente. A comida não era nada de extraordinária, o serviço deixou muito a desejar e a conta pareceu-me um pouco excessiva, para a fraca qualidade apresentada, cerca de 20,00€/ por pessoa. De resto, se querem viver uma experiência diferente, conhecer algo novo e especialmente ver gente gira e bem vestida, não hesitem e vão à descoberta. Para mim, uma visita bastou, não penso em voltar tão cedo.
 

 
 
 

21 de maio de 2014

Birras

Que fazemos quando um filho amua porque o convidámos para ir comer um gelado, para assinalar o fim dos exames e, antes de cumprirmos a promessa, entramos em duas lojas, para comprarmos coisas para ele e ele, em troca, amua porque não gosta de andar em lojas?

Voltamos para casa, sem comer gelado e, já em casa, explicamos que o comportamento dele foi errado e que esperamos que não se volte a repetir. Haja paciência!

São Pedro indeciso


Oh pá, São Pedro, já chega, não? Ainda a semana passada andava de sandálias e agora tenho de voltar às galochas? Tu decide-te, rapaz, estou farta desta indefinição permanente.



20 de maio de 2014

Ainda os exames nacionais do 4º e 6º ano

Depois de publicar o post anterior, sobre os exames nacionais do 4º e 6º ano que esta semana são realizados, alguns leitores comentavam que parecia, pela forma como escrevia, que os desvalorizava, não lhes dando a importância que, eventualmente, esses leitores achariam devida.

Admito que possa não ter sido totalmente clara no que queria transmitir e, assim sendo, venho esclarecer que, para mim, os exames nacionais são importantes, sim, mas também acho que não devemos focar toda a nossa atenção apenas num momento lectivo nem devemos transmitir às nossas crianças que o resultado final depende apenas desse momento. Se o fizermos, corremos o risco de estar a ensinar que não importa como trabalhamos ou nos comportamos no resto do tempo se, depois, num único teste, conseguirmos nota elevada. E estamos também a criar uma situação potencialmente ansiogénica, transformando um teste num caso de vida ou morte. Não concordo nem defendo esta postura.

Parece-me importante realçar aos miúdos, principalmente até aos 10/12 anos de idade, que a nota que lhes será atribuída no final se baseia num conjunto de factores, denominados critérios de avaliação e, se possível, no inicio do ano lectivo e sempre que haja necessidade, devemos ter o cuidado de os ler em conjunto com eles, verificar se eles compreenderam o processo de avaliação e se se empenham nele activamente. Temos de ter em mente que para além dos conhecimentos, os nossos filhos estão também a adquirir valores e atitudes que lhes serão tão ou mais úteis no futuro como o saber escrever e contar.

Salientar que a avaliação é um processo dinâmico e contínuo, que resulta de uma multiplicidade de factores e que eles  devem valorizar as duas vertentes: a aquisição de conhecimentos e a aprendizagem e também a aquisição de atitudes e valores porque a avaliação não reflecte apenas a média das percentagens e classificações obtidas mas também as questões sociais e relacionais avaliadas normalmente em parâmetros como: empenho (ser pontual, não faltar injustificadamente, levar o material necessário, realizar os trabalhos da aula e de casa, participar) e sociabilidade (respeito pelos outros, cumprimento das regras, cooperação com os colegas).
Estas questões relacionadas com as  atitudes e valores são tanto mais importantes quanto mais jovens eles forem porque é nestas idades precoces que se forma a consciência  moral e identidade do Eu.

Estou convicta que, se conseguirmos criar nos nossos filhos, hábitos de estudo diários e atitudes adequadas durante todo o ano, não será a nota do exame que irá estragar todo um trabalho desenvolvido. Também me parece que se um aluno for trabalhando diariamente, dificilmente terá um resultado negativo no exame a menos que nesse dia se passe algo de anormal ou que stress tanto que deixe de ser capaz de raciocinar. E lá está, se tal acontecer, lembrem-se que o peso deste exame é de apenas 30%, logo não será suficiente uma nota negativa para que a criança não transite de ano.

Espero ter sido mais clara desta vez e que agora percebam qual a minha posição.

19 de maio de 2014

Ajudar os filhos em época de exames

Hoje é dia de exames nacionais, do 4º e 6º ano para milhares de alunos em Portugal. De manhã realiza-se a prova de Português para o 4º ano e de tarde para o 6º. Quem tem filhos sabe que estas provas provocam às vezes reacções emocionais exageradas que levam a que os miúdos não tenham a nota correspondente aos seus verdadeiros conhecimentos porque estão demasiados ansiosos para se concentrarem convenientemente.

Como pais, temos ao nosso alcance, algumas pequenas estratégias para ajudar os filhos nestas alturas:

Em primeiro lugar, não stressem, por favor. Não sejam vocês a causa principal do nervosismo dos vossos filhos. Sabendo que é um teste, não o valorizem demasiado, tudo tem o valor que lhe quisermos atribuir e não me parece que haja crianças a chumbar ou a hipotecar o seu futuro por causa de uma nota menos positiva neste exame. Lembrem-se que o exame apenas conta 30% da nota final e que há todo um conjunto de factores que têm também peso na nota e que devem ser também levados em conta, nomeadamente, a nota dos outros testes, a assiduidade, pontualidade, participação, realização de trabalhos de casa, comportamento na sala de aula e recreio. Ensinem aos vossos filhos que tudo é importante e, dessa forma, estão a responsabiliza-los para o todo e não a focalizar exageradamente a importância de um dia ou teste.

Incentivem o estudo todos os dias. É mais fácil se forem acompanhando a matéria diariamente do que se concentrarem o estudo nos dias que antecedem a prova. Procurem esclarecer as dúvidas que vão surgindo, verifiquem se eles se sentem confortáveis a perguntar aos professores o que não sabem.

Estabeleçam rotinas de estudo. Arranjem um local próprio para a criança estudar, com tudo o que é preciso ( livros, dicionários, estojo, papel, ... ), sossegado, longe da televisão e com boa iluminação.

Nos dias que antecedem os exames, procurem alguma estabilidade emocional, não é de todo o momento para ter com eles aquelas grandes conversas, sobre assuntos que os possam vir a incomodar. Tentem proporcionar-lhes um ambiente caseiro calmo e tranquilo, sem grandes oscilações emocionais.

É chegado o momento de verificarem se eles têm preparado todo o material necessário para a realização da prova: caneta preta, lápis de carvão, borracha, afia e bilhete de identidade ou cartão de cidadão e depois, para a prova de matemática, régua, esquadro, transferidor, compasso e máquina de calcular aprovada.

Na véspera, se possível, já não devem estudar. Procurem fazer com eles um programa descontraído, passear, jogar à bola, andar de bicicleta, comer um gelado, jogar às cartas, qualquer coisa que sabem que eles gostam e que lhes permita descentralizar do exame.

Devem ter atenção às horas em que os deitam, assegurando que lhes proporcionam uma noite calma e descansada e horas suficientes de sono.

No dia do exame, providenciem um pequeno almoço saudável e tomado sem pressas.
Indaguem como é que a criança se sente e se ela  disser que está com dores de barriga ou cabeça, sem vontade de comer ou com demasiada fome ou se notarem alguma alteração no comportamento habitual como maior ou menor agitação, façam um qualquer chá calmante, sentem-se um pouco com elas e conversem sobre qualquer assunto que interesse aos vossos filhos que não os exames, a escola ou as notas. Hoje, se eles forem do Benfica, é um bom dia para falarem sobre a vitória de ontem, no Jamor, por exemplo. Podem também falar sobre música, cinema, séries de televisão, planos de férias, etc. Tudo, menos o exame.

Saiam de casa com tempo para chegarem, sem sobressaltos, ao local do exame.

Procurem transmitir confiança e serenidade. Sejam contentores da ansiedade dos vossos filhos e não uma fonte geradora de stress.

Boa sorte a todos!


16 de maio de 2014

O sabor da amizade

Para mim, a amizade terá sempre um sabor agridoce porque se por um lado nos alimenta a alma e conforta nos maus momentos, também é com os amigos que contamos para nos chamarem à razão e trazer-nos à realidade quando andamos perdidos.
O jantar de ontem, com um amigo do Norte, foi regado com bom vinho e temperado com muita conversa. Gosto muito quando é possível reunir à volta da mesa a amizade e saborear a presença de quem gostamos verdadeiramente. Obrigada Nuno por uma noite bem passada.

15 de maio de 2014

Agradecimentos CTT

Conheci através da Pólo Norte a rede de obrigados dos CTT e achei a ideia muito engraçada. Há sempre alguém, que merece da nossa parte um agradecimento especial e esta iniciativa facilita e muito essa acção e é totalmente gratuita. Se acha que está na hora de mandar um obrigado a alguém especial, é só passar por aqui, inspirar-se e deixar que a surpresa aconteça.

Sporting, sempre!

Não consigo perceber esta mania de ter que se torcer pelo Benfica quando este joga em provas europeias. -"Ah, és pouco patriota" -, coiso e tal, um português não deve pensar assim porque quando jogam equipas portuguesas, em competições europeias, contra clubes estrangeiros, temos de defender Portugal. Fustiguem-me, insultem-me, mas jamais torcerei pelo Benfica, seja em que situação for, tal como jamais o farei em relação ao Porto e não acredito que isso me torne mais ou menos patriota que qualquer outra pessoa que tenha atitude diferente.

Sou do Sporting desde sempre, com muito fervor e orgulho, e se há coisa que um bom sportinguista preza é o ser anti Benfica e anti Porto. Acredito que o mesmo se passará com um adepto do Benfica ou do Porto e não lhes levo a mal se pensarem e sentirem assim. Gostamos todos de ganhar, mas também gostamos muito quando um dos outros perde.

Ser adepta de um clube, para mim, significa ter rivais, ficar feliz quando o nosso clube ganha e também quando os adversários perdem; significa trocar picardias com os adeptos dos outros clubes; significa ir trabalhar, no dia a seguir ao jogo, preparada para mandar ou ouvir bocas; significa receber sms quando o nosso clube perde e responder de igual forma quando ele ganha. Para mim, tudo isto é saudável e não vejo que nada disso nos torne menos portugueses. É engraçado, às vezes, e penoso em muitas outras, mas é neste tipo de aitude que me revejo. Bem sei que há pessoas doentias em relação ao clubismo, mas dessas afasto-me, com essas não se pode ter este tipo de brincadeiras e portanto respeito-as e mantenho-me ao longe, mas das outras, das que vivem o seu clube como eu, de forma saudável e com rivalidade, com essas gosto de gozar e não me importo nada que gozem de volta quando chega a minha vez.

O Benfica joga logo à noite, contra o Sevilha e, muito honestamente, desejo que perca e, se possível, por muitos porque aí sim, a sportinguista que habita em mim, ficaria feliz.

Suicídio

 

O suicídio é uma temática assustadora. Todos querem saber, se há sinais de aviso, se os potenciais suicidas dão ou não a atender no que estão a pensar levar a cabo, se temos ao nosso lado alguém em risco e não nos apercebemos disso e, mais importante de tudo, se é ou não possível evitá-lo e como.

 Há vários pontos de vista em relação a isto e aqui, como em muitos outros assuntos, quase se pode dizer que a cada cabeça sua sentença, tantos os argumentos usados, muitos deles contraditórios.
Quase todos nós já tivemos contactos com o suicídio quer duma forma directa quer indirecta, já todos lemos noticias acerca desta ou daquela figura pública que se suicidou  e acredito que o que  a maioria de nós mais teme é que aconteça com alguém com quem nos relacionamos, familiar ou amigo, e não tenhamos estado suficientemente despertos para os sinais de alerta.

É comum ouvirmos dizer, que quem está com intenções de se matar não avisa e quem apenas quer chamar a atenção para si ou para uma determinada situação, fala sobre o assunto, ameaça. Este é um dos grandes mitos da psicologia, defendido e aceite quase genericamente por todos, e diz que o verdadeiro suicida, aquele que tem de facto intenções de ser bem sucedido quando o praticar, não avisa, não dá qualquer sinal.

É um mito, e como tal, falso, e perigoso porque nos leva a desvalorizar situações de perigo real. Eu aconselho que se dê sempre atenção a qualquer sinal ou exteriorização de vontade porque nunca sabemos quando é que o que nos estão a dizer vai ou não ser passado ao acto. Na dúvida, salvaguardamos a intenção e tomamos precauções.

Expressões como "não devia ter nascido", " estou farto de viver", " não faço falta a ninguém", "qualquer dia acabo com isto", e outras do mesmo teor, devem pôr-nos alertas em relação a quem as pronuncia. É claro que todos nós já as proferimos uma ou outra vez quando a fase de vida que atravessamos é menos positiva e têm portanto de ser contextualizadas, mas não custa nada ficar atento, principalmente se a pessoa em questão estiver a passar por uma qualquer situação de perda, afectiva, laboral, de auto estima ou monetária porque toda a perda é potencialmente geradora de doença depressiva que é, por sua vez, uma das primeiras doenças mentais associadas ao suicídio

Estudos diversos comprovam que 90% dos casos de suicídios estão relacionados com uma perturbação mental: depressão, doença bipolar, esquizofrenia, alcoolismo ou consumo de drogas  e quando dois ou mais destes factores se juntam, é claro que o risco aumenta.

Outro grupo de risco a ter em conta é o dos adolescentes que estão numa fase de maior  vulnerabilidade, e em que as acções e reacções a acontecimentos negativos são normalmente exacerbados, sendo o suicídio a segunda maior causa de morte entre os adolescentes, logo a seguir aos acidentes.

Assim, se estiver em contacto com alguém que,

- se sinta triste, envergonhado, culpado ou que é um peso para os outros
- se sinta rejeitado, humilhado, vitima
- se sinta sozinho ou abandonado

 estes sentimentos tenham sido desencadeados por,

- divórcio, luto
- doença física grave
- velhice (os idosos são outro dos grandes grupos de risco)
- desemprego ou problemas financeiros
- consumo de álcool ou drogas

e vir um ou mais destes comportamentos,

- consumo excessivo de álcool ou drogas
- serenidade depois de um período de grande agitação e ansiedade
- verbalização do desejo de morrer ou de estar farto da vida
- mudanças nos hábitos alimentares e/ou de sono
- auto mutilação
- diminuição do rendimento escolar
- dificuldades de concentração
- afastar-se da família e dos amigos
- deixar actividades que antes lhe davam prazer
- doar bens ou organizar a vida

Esteja atento e, se necessário, peça ajuda especializada.





9 de maio de 2014

Teatro, de novo!

Esta é, sem duvida, a semana do teatro. Mais uma noite a rir com a peça " 40, e então?", no Teatro Tivoli, com a Ana Brito e Cunha, Maria Henrique a Fernanda Serrano (gira, a moçoila!) Nunca a tinha visto ao vivo e fiquei muito bem impressionada.

O espectáculo tem cerca de hora e meia e aborda temas muito diversos tendo como pano de fundo mulheres quarentonas  com toda a sua panóplia de preocupações: amores e desamores, filhos, decadência física, sexualidade, solidão, problemas existenciais, religião, etc,

Acho que abordaram de forma engraçada e muito real a vivência de quem tem 40 anos ou mais. É um espectáculo muito direccionado para o público feminino pela identificação às situações que nos proporciona , mas acredito que os homens também se divertem e pode ser que aprendam algo mais sobre as mulheres.

Ouvi mulheres a rir quase do principio ao fim, eu incluída, porque muitas das peripécias ali relatadas já todas as sentimos de uma forma ou outra. Aconselho vivamente.

7 de maio de 2014

Aldo Lima, Francisco Menezes e Nilton

Ontem foi noite de teatro. Fomos ao teatro Villaret ver estes três estarolas e gostei muito do espectáculo. Uma hora e meia de entretenimento, dividida em três partes, cada uma da responsabilidade de um dos intervenientes:

O Aldo Lima, iniciou e deu-nos cerca de 30 minutos de gargalhadas consecutivas. Interagiu com o público e foi, para mim, o arranque perfeito porque abriu logo em grande. Tem imensa mimica, o que ajuda sempre, adorei.

O Francisco Menezes é brilhante com a voz. Ele e um sintetizador e a festa faz-se. Canta, dança, imita, diz umas graçolas, gostei muito.

O Nilton!.. Bem, o Nilton já todos conhecem e não há muito a dizer apenas que acho que neste momento está em tanto sitio ao mesmo que já repete piadas. Se calhar pensa que o público não é o mesmo na rádio, televisão e teatro ou então fui apenas eu que tive azar, mas a verdade é que ouvi meia dúzia de piadas por três vezes. Desculpo-o apenas porque gosto muito dele e com tanta exposição não deve ser fácil estar sempre com material novo.

Se puderem, não deixem de ir porque saem com certeza mais bem disposto e como sabem, rir faz bem ao espirito.

Alienação parental - Caso Giselle


Ouvi a noticia sobre o caso Giselle, uma criança de 9 anos, filha de mãe irlandesa e pai português, que desde cedo se viu envolvida numa guerra entre os pais para a disputa da sua custódia.

Vi no noticiário a retirada da criança ao pai, por parte da policia, cumprindo ordens judiciais, em pleno aeroporto, para a entregar ao padrasto, encarregue de a levar até à mãe que neste momento vive na irlanda, onde já refez a sua vida com este novo companheiro e onde vive com outros filhos desta nova relação. Sem saber dos pormenores do caso nem em que argumentos estará assente a decisão do juiz que julgou o caso, não me vou pronunciar sobre esta situação em concreto, apenas dizer que foi uma noticia que me incomodou.

Ver uma criança como bola de ping pong entre progenitores, ver que usam um filho como arma  para magoar o outro e para vencer batalhas que nada têm a ver directamente com a criança, deixa-me sempre incomodada, para não dizer outra coisa.

Se há coisa que os adultos - pais - deveriam respeitar num divórcio são as crianças/filhos. A separação dos pais, é sempre um momento de sofrimento para os filhos, seja em que idade for. Toda a separação comporta em si um nível de ansiedade elevado porque se trata de uma mudança e toda a mudança, seja ela positiva ou negativa, é potencialmente ansiogénica. A criança vai lidar nesse momento com sentimentos de perda, culpa, zanga e vai sentir-se perdida, sem saber o que fazer. Perde as referências que até aí teve e fica sem certezas sobre o futuro. Compete aos pais minimizar esse sofrimento em todos os aspectos e não agravá-lo com atitudes que apenas prejudicam o normal desenvolvimento da criança e a saudável adaptação a uma nova realidade.

Não defendo que se deva manter uma relação apenas porque as crianças sofrem com a separação, defendo apenas que os pais têm o dever de assegurar que o bem estar dos filhos está em primeiro lugar. Têm  a obrigação de facilitar a transição entre a vida com os pais juntos e a vida com os pais separados e não fazerem da separação uma guerra em que os filhos são envolvidos. Bem sei que também os progenitores estão numa fase de luto pela perda da relação e do projecto de vida que idealizaram, mas não nos podemos esquecer que são os adultos que decidem o fim da relação e não as crianças e é aos adultos/pais que cabe ensinar às crianças a gerir todo esse processo e serem facilitadores de uma transição o mais pacifica possível.

Os pais não se podem esquecer que:

1º a decisão não é da criança
2º a criança gosta de ambos os pais, de igual forma, e não é legitimo pedir-lhe que escolha um deles
3º a criança espera que os pais estejam ambos presentes na sua vida e espera que eles sejam o seu equilíbrio emocional e a sua rede de suporte
4 º a criança precisa de um tempo de adaptação e precisa de sentir que os pais a amam apesar de já não se amarem
5º têm rotinas que envolvem um ou ambos os progenitores e essas rotinas devem ser mantidas, sempre que possível
6º a criança precisa  de estabilidade para poder estabilizar emoções
7º precisa que lhe expliquem o que está a acontecer, com uma linguagem acessível à sua faixa etária, 8º precisa que lhe assegurem que elas não fizeram nada que contribuísse para a situação, que a decisão é apenas e só dos pais
9º precisa que os pais tenham certezas quando anunciam a separação. Não é saudável que andem a brincar às casinhas e hoje separam-se mas amanhã já não. Sejam coerentes e constantes.

Como facilmente se percebe, nada disto é possível, se um dos pais ou ambos entrarem em guerra, movidos por raiva e desejos de vingança porque nada disso lhes dará a  estabilidade emocional para arranjarem estratégias de lidar com o caos que uma separação sempre traz e para protecção da criança.

Assim, deixo aqui apenas algumas dicas que vos poderão ajudar a ajudar os vossos filhos. São atitudes simples de concretizar, em teoria, mas que às vezes as emoções negativas que sentimos em relação ao outro, nos impedem de seguir.

Não digam mal do vosso conjugue à frente dele
Não impeçam o pai/mãe de estar com ele, de o visitar, dormir, passear, decidir, brincar, viver, enfim! Só lhe traz benefícios e nenhum prejuízo
Não usem qualquer tipo de chantagem emocional, do tipo, " se vais com o teu pai/ mãe já não gosto de ti"
Não entrem em guerras monetárias. Interessa apenas providenciarem conforto aos vossos filhos
Não dificultem o contacto com a restante família (avós, tios, primos, ...). A família alargada pode garantir a estabilidade e segurança a que as crianças estavam habituadas

Se têm dificuldade em gerir emoções, se não sabem como agir ou reagir, se se sentem tão magoados ou com tanta zanga e/ou culpa que não sabem o que fazer, por favor, consultem alguém que vos possa ajudar e não utilizem os vossos filhos numa guerra que não é deles. Eles são os primeiros a sofrer e necessitam de todo o vossa apoio e amor para ultrapassar este obstáculo de forma sadia e rapidamente.



6 de maio de 2014

Dia da mãe

Ontem, tal como a maioria das mães, (quero acreditar!) fui mimada pela prole com pequenas lembranças, abraços e beijinhos. Ser mãe de 3 tem sido uma alegria. Há muitas coisas boas e alegrias triplicadas e também algumas tristezas pelo meio. Nada de muito grave, diga-se, mas o suficiente para nos lembrar que nisto da maternidade nem tudo são rosas, principalmente quando eles crescem.

Sempre ouvi os meus pais dizerem que as chatices que as crianças dão não são nada quando comparadas com aquelas que os filhos, já adultos, dão. Essas sim, as verdadeiras preocupações, de proporções enormes quando comparadas com as febres e birras da infância.

E, conforme os anos vão passando, tenho de lhes dar razão. Com  dois filhos já na casa dos vinte as preocupações vão crescendo e as perguntas amontoam-se: serão eles capazes ou quererão acabar a faculdade? Irão meter-se em maus caminhos ou serão capazes de dizer não quando as tentações chegarem? Saberão defender-se à noite, na estrada, dizer não ao volante, depois de uma noite mais regada? Estarão preparados para distinguir os falsos dos verdadeiros amigos?  E para resistir à frustração? Terão resiliência? Conseguem arranjar um emprego? Integrar-se-ão bem no mercado laboral?  Casam ou não? Conseguem vencer neste meio competitivo? Dei-lhes boas armas? Eduquei-os de forma correcta? Dei-lhes boas bases...

As perguntas e ansiedades são muitas e as certezas nenhumas. Resta-me esperar que o "trabalho" que tive com eles tenha sido o suficiente e que tenha conseguido cultivar neles bons princípios e valores que lhes permitam ser felizes na vida porque no fundo acho que a nós pais, só isso interessa, que eles sejam felizes nas opções de vida que tomarem.

Como todas as mães, também eu tenho os melhores filhos do mundo. Deram-me tanto deste o momento que nasceram, cada qual à sua maneira e com eles sou mais completa, com eles cresci e aprendi. São os meus grandes amores na vida e são todos diferentes.

A M., única menina da trilogia, irmã mais velha, madura, responsável, solitária por opção, grande amiga e amparo nas horas menos boas, tem um feitio difícil, senhora do seu nariz, refilona e amuada, sabe sempre tudo (ou pensa que sabe!), é o meu suporte de sempre. Não confia no ser humano e, talvez por isso, adora animais.

O B., irmão do meio, é um cavalo bravo, cheio de emoção que não controla. Tem um grande coração, é  sensível, vive  rodeado de amigos e gosta de farra. É amigo de mimos e abraços,  impulsivo e explosivo, não domina as emoções mas não guarda rancor e depressa tudo lhe passa.

O M., caçula mimado, é sensível e inquieto, com grandes preocupações existenciais  na sabedoria dos seus 10 anos, é aquele que consegue rapidamente captar o meu estado de espirito e entrar em sintonia com ele, é empático como ninguém. Parece que nada o afecta, mas é um poço de emoções.

Sou feliz por ser vossa mãe, obrigada por existirem e me ensinarem todos os dias a ser melhor pessoa, mulher e mãe. Sem vocês a vida não faria tanto sentido nem teria  tanta cor. Adoro-vos.